Paralisação ocorreu em protesto às arbitrariedades praticadas contra a categoria.
O dia 09 de julho foi um dia histórico para os guardas municipais da cidade sertaneja de Delmiro Gouveia. Atendendo às solicitações da categoria, o Sindicato dos Guardas Civis Municipais do Estado de Alagoas (SINDGUARDA) convocou uma assembléia, em caráter extraordinário, para o dia 06, com a finalidade de deliberar sobre algumas questões que já vinham se arrastando há meses no município.
Entre as pautas abordadas, na presença dos guardas locais em quase sua totalidade, destacou-se a implantação do anuênio, referente à gratificação por tempo de serviço, regime disciplinar e carga horária excessiva. Cansados de esperar por uma postura condizente com a de um gestor público sério e que respeita seus servidores, os trabalhadores optaram por uma paralisação de advertência, com duração de 24 horas, vindo a ocorrer no dia 09, uma forma de pressionar o prefeito Lula Cabeleira a discutir as questões o quanto antes.
Em protesto, todos saíram em caminhada pelas principais ruas da cidade, em silêncio, quebrado apenas pelas manifestações de apoio da população local, vereadores e de demais representantes sindicais. A ação contou também com o apoio dos guardas municipais de Paulo Afonso, na Bahia, que vieram prestar solidariedade à luta da classe.
No dia 08, o gestor público mandou recolher todas as viaturas e as motos da Central da Guarda Municipal, demonstrando insensibilidade ao pleito da categoria que vinha sendo submetida à carga horária excessiva, cumprindo oito horas laborais, de domingo a domingo. Cleif Ricardo, presidente do Sindguarda/AL lembrou que os guardas delmirenses já vinham trabalhando 40 horas adicionadas ao mês, sem qualquer remuneração extra, extrapolando o que estava previsto no edital do concurso com referência para, apenas, 120 horas.
Outro ponto questionável é o não cumprimento da lei municipal que determina o pagamento do anuênio, na razão de 1% por cada ano trabalhado, citado como direito para os funcionários públicos. Além disso, os guardas questionam o regime disciplinar implantado, em cujos artigos 2º e 54º denomina a Guarda Municipal como entidade paramilitar, fator que se confronta com a Constituição Brasileira no artigo 5º, inciso XVII.
Por intermédio do vereador Geraldo Xavier, o presidente, o secretário de comunicação e o secretário de formação sindical do Sindguarda, respectivamente, Cleif Ricardo, Sidney Raimundo e Elinaldo Gomes, foram recebidos, juntamente com uma comissão formada por guardas locais, pelo prefeito. Após longas horas de debate firmou-se um acordo em que Lula Cabeleira se comprometeu em não reduzir os salários da categoria, respeitar as folgas semanais e o intervalo para o almoço, se prontificando, ainda, a encaminhar projeto para Câmara Municipal com o aumento da gratificação de risco à vida do percentual de 50 % para 60% com efeito já para janeiro de 2011.
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