Guardas municipais flagraram dupla pichando os dizeres "Ronadinho (sic) 49", em uma possível referência ao jogador Ronaldinho Gaúcho, recém-contratado pelo Atlético Mineiro e o número de sua camisa.
A estátua do Cristo Redentor do Bairro Milionários, na Região do Barreiro, foi alvo de vândalos na madrugada desta terça-feira. De acordo com a Polícia Militar (PM), guardas municipais que faziam patrulhamento pelo local onde obra está instalada flagraram dois homens em uma escada pichando os dizeres “Ronadinho (sic) 49”, em uma possível referência ao jogador Ronaldinho Gaúcho, recém-contratado pelo Atlético e o número de sua camisa.
Conforme o guarda municipal Rubens Aparecido Real, como estavam no alto, os pichadores viram a aproximação da viatura primeiro, quando começavam a desenhar o escudo do time na frente da estátua, e conseguiram fugir. As latas de spray foram jogadas em um matagal nas proximidades da praça, mas a escuridão do local impossibilitou que o material fosse encontrado.
Ele conta que os guardas encontraram um Peugeot vermelho com uma escada semelhante à que foi usada pelos autores. O equipamento e o chaveiro do veículo têm um símbolo semelhante ao que foi pichado abaixo do número do jogador. Um dos suspeitos foi preso cerca de duas horas depois do crime.
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De acordo com Real, o jovem de 21 anos, é morador de Contagem, na Grande BH, e disse aos guardas que teria conhecido o outro suspeito pelo Facebook, mas passou algumas informações desencontradas, o que fez os policiais desconfiarem de sua versão. Ele foi levado para a 36ª Delegacia da Polícia Civil e, em seguida, será conduzido para a Delegacia de Meio Ambiente, no Bairro Carlos Prates.
Conforme o guarda municipal Leandro, que também acompanhou a ocorrência, o pichador inicialmente se identificou como Willy César Azevedo mas, após o depoimento, eles descobriram que seu verdadeiro nome é Michael Antônio, também chamado de “Costa”, conhecido por ter dito que “picharia BH inteira”. Ainda segundo o guarda, ele tem passagens pela polícia por uso de documentação falsa, saidinhas de banco e era foragido.
Os crime de pichação na capital são investigados pela 2ª Delegacia da Divisão de Proteção de Meio Ambiente e preocupam pela grande frequencia. Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), em 2010 foram registrados 307 crimes desse tipo e em 2011 foram 310.
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A estátua do Cristo Redentor foi construída em 1956 no alto do Bairro Milionários, idealizada pelo imigrante italiano Caetano Pirri, e tem 11,8 metros. A praça onde fica o monumento é conhecida por festas que reúnem centenas de pessoas, mas também uma área marcada pela criminalidade.
Contra pichações
A grande dificuldade para combater os pichadores na capital é a conscientização de que o vandalismo é um crime contra o patrimônio da cidade. Muitas iniciativas tentam mostrar ao criminosos que cuidar da cidade é uma questão de educação. O Projeto Lei 2155/2012 que tramita na Câmara de Belo Horizonte quer melhorar a Política Municipal Antipichação incluindo a tecnologia como arma contra a sujeira deixada pelos vândalos na capital. O texto propõe o uso de tintas especiais cujas propriedades fisico-químicas possibilitam a recuperação apenas com uma simples limpeza, usando água e sabão.
O PL propõe diretrizes para a recuperação do patrimônio público, acrescentando dispositivos à Lei 10.059/10. Em vigor desde 2010, a lei instituiu em BH a Política Municipal Antipichação. A regra prevê a promoção de campanhas culturais e educativas, intensificação da fiscalização do cumprimento da legislação que já proíbe a pichação no âmbito do município, restrição da comercialização de tintas spray, além do desenvolvimento de estratégias de combate à pichação.
(com informações de Karina Novy)